4.7.13

Palavras Soltas XVII

Finalmente, quebro. Talvez pelo cansaço de mais um dia por entre livros, fórmulas, canetas e calculadoras. Talvez por isso a ideia de não saber de ti me atormente a mente e contorça o estômago de uma forma muito mais forte que ontem. Já não sei de ti. Já não sei daquele menino com olhos de três cores, daquele menino que tinha os meus olhos nos dele... 

"Tens a minha cor nos teus olhos, verde. Que raio, tu tens os meus olhos! Eles pertencem-te, riem por ti, para ti, olham para ti, por ti e choram por ti e para ti. Neste momento eles pertencem-te."

Tenho tantas, tantas, tantas saudades desses olhos a olharem os meus! Não imaginas! Tenho saudades da tua voz à noite quando íamos deitar. Tenho saudades da segurança que me davas.Tenho saudades de me sentir tua. Saudades da tua vontade de me ouvires dizer que eras o melhor e da minha vontade em te dizer o contrário só para te chatear! Tenho saudades nossas.

Não sei se alguma vez existiu um nós, apenas sei que existimos e que por breves momentos existimos juntos. Mas fomos imensos nesses instantes... Existimos e fomos felizes. 

Agora... Não sei mais de ti. 
Agora... Adoro-te a cada inspiração e minto a cada expiração.
Agora... Quero que me possas falar até porque um dia me disseste "mete nessa tua cabecinha que eu gosto de falar contigo, gosto de estar contigo". 

Desculpa-me. Andei a reler as nossas "cartas". Se calhar não o devia ter feito mas precisava de te sentir. Precisava de te ler, de te sentir próximo de mim. Chorei muito! Mas ri muito, muito! Lembrei-me de pequenas coisas que apesar de não ter esquecido já não estavam presentes...

Pittsburgh! Lembras-te? Fartei-me de rir e chorar ao mesmo tempo, olha, uma trapalhada!

Esmeraldas... Sabes, espero que chegue rápido o dia em que eu me olhe ao espelho e volte a ver esmeraldas. Essas que um dia "se habituaram a fitar-te". 

Podia pedir-te para saber de ti, para me dizeres o que vai na tua cabeçinha de génio porque isso é o que mais me tem consumido nestes últimos dias. Não saber. Mas acho que não o vou fazer. Se discordasses, dirias algo. Assim, resta-me sentir que o que decidi foi o que também querias e que não vale a pena lutar por um nós. 
Às vezes penso que se calhar este foi o nosso final feliz. Que se calhar nunca estivemos fadados a ficar juntos porque simplesmente não estávamos destinados a ficar juntos. Que se calhar o nosso destino era eu amar pelos dois até ao dia em que percebesse que o amor não é isso. Que se calhar não estavas destinado a amar-me. Que se calhar eu estava destinada a aprender que o acto de seguir em frente apenas revela mais coragem. Escolher seguir em frente, não significa que se desistiu até porque há quem diga que esse gesto representa outro tipo de amor.

Olha não sei... Estou cansada, já não escrevo nada de jeito... Estou confusa. Vou dormir. 

Boa noite meu anjo *

Sem comentários:

Enviar um comentário