5.5.12

Encontros de Pedro e Inês VII

Pedro,

sinceramente sinto estar-te a perder. Tu não falas comigo, não me deixas ver  o que vai nessa cabecinha de génio e tonto. Nada. Assim, não posso fazer nada. Dessa forma, atas-me as mãos e vendas-me os olhos. Fico sem jeito, qual galinha tonta à procura de milho. Não sei se te agarre, não sei se te largue. Não sei estar contigo ao pé de outros porque se por vezes penso que sei o que pretendes, noutras pareces-me uma alma perdida a exigir por algo que não sabe bem o quê. Às vezes penso que preferia se pudesses virar-te para mim e dizer: "não tens que fazer mais nada" ou até "preciso que faças isto" ou até "tens feito tudo bem comigo". Existem alturas em que precisava de uma certeza destas. Podes até dizer-me "quero sair, quero afastar-me, quero experimentar outro caminho" mas diz-me! Não me deixes pensar e imaginar este tipo de cenários porque só me faz mal. Se o dia vier e quiseres sair daqui, deste lugar que tantas vezes criei para ti com amor, sai. Mas diz-me, nunca o insinues. Tu sabes disto por isso perdoa-me por precisar desesperadamente de o dizer.
Quero-te bem. Quero-te hoje, tal como queria ontem.

Inês

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