8.7.11

Palavras Soltas VIII



Há uns tempos era uma criança. E como todas as crianças sonhei uma vida, a minha. 
Imaginei-me casada com o amor da minha vida, mãe de dois filhos, uma Matilde e um... Bem, o nome do rapaz é segredo. 
Eu seria uma Neurocirurgiã Pediátrica formada na Academia da Força Aérea (isto veio mais tarde, convenhamos que com 6 anos nem sabia que isto existia só sabia que queria ser médica) e o meu excelentíssimo esposo também teria uma profissão importante, médico, enfermeiro, militar, deputado... 
A nossa casa não seria na confusão abismal duma cidade mas na periferia e seria construída segundo as nossas perspectivas (para mim: cozinha grande, piscina e um grande jardim...). Não podíamos deixar de ter um cãozito a correr pelo jardim atrás dos nossos filhos lindos e inteligentes! E pronto, se a Matilde quisesse muito ter um gato, lá andaria o felino por casa. 
Algo indispensável seriam os passeios em família, daí a necessidade de um carro. Sendo Neurocirurgiã podia ter um carro mais interessante, que tal, um Porsche Cayenne ou um BMW X5 (cor: bronze sparkling ou platinum)? E obviamente, uma mota, mas uma mota a sério, sei lá, 1000cc pretinha ou vermelhusca. Se o meu marido quisesse andar nela obviamente que eu não deixava, só comigo a guiar. Ele que compre uma para ele! 
Os filhos podiam ser o que quisessem, desde que o fizessem bem e lhes garantisse um futuro estável. Como eu acho muito importante punha-os a aprender um instrumento qualquer, o que eles quisessem, flauta? Flauta seria! Violino (eu a babar-me toda)? Claro que sim! Piano? Ainda melhor! Guitarra? Bora lá! O tio ajuda e quiçá o pai... Além disso inscrevia-os numa actividade desportiva, o rapazito era capaz de gostar de futebol (obviamente) e a Matilde (a mãe quer que ela vá para a natação ou para o ténis) é uma incógnita.
Em suma, família feliz com as suas discussões mas nada que não se resolva...


Gozem à vontade!!! Eu ri-me imenso ao escrever isto... Ainda é cedo para pensar nestas coisas, mas meninas, "quem nunca pensa nisto que atire a primeira pedra"!
-silêncio-
-nenhuma dor no corpo-
...
Bem me parecia!

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