19.6.11

Sonhos perdidos

Há muitos anos ela escreveu,

"Hoje. Tudo passou, poucas coisas restaram. Os sorrisos desapareceram, os olhares morreram, as palavras poucas eclipsaram, os toques perderam a sua energia... Um quase todo acabou.
Sem remorsos vivemos as nossas vidas. Separados, mas nunca sós. Dia após dia. Minuto após minuto. Cada segundo maior do que o anterior. Como se isso fosse possível! Mas para mim isso era uma verdade absoluta daquele mundo. Muitos se podem questionar o porquê de eu escrever 'daquele mundo' mas a razão é simples, depois dele o meu pequeno mundo mudou. Mudou para melhor. Agora vejo as coisas por outro prisma, consigo entender que era impossível. Porém, tentar nunca custou a ninguém! 
Ainda espero por ele."

E na mesma altura ele também tinha escrito,

"tenho aquela que me olha e que olho
e misturamo-nos como brisas e 
silêncios e digo tenho aquela que
me vê e ela olha-me e tudo o
que somos é uma partilha uma
mistura e digo diz e aquela que
tenho beija-me num olhar e num
silêncio que não posso dizer"

Triste saber que nenhum deles chegou a  ler o que o outro escreveu.


* Não escrevia nada original a algum tempo. Aqui fica uma pequena experiência. O poema final é da autoria de J. Luís Peixoto.

2 comentários:

  1. Devias escrever mais vezes Mariana :) e José Luís Peixoto não pará de surpreender

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  2. concordo . Devias escrever mais vezes , simplesmente comovente e tão real ! a mim fez-me arrepiar a espinha ! :D

    Parabéns .

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