22.1.11

Regressava da faculdade quando parei. Simplesmente parei. Não me perguntem a razão pela qual o fiz. Acho que apenas me apeteceu parar. 
Estava farta. Farta de tudo. Estava farta de pensar. Parei. Levantei os olhos para o céu e vi. Sabem o que vi? Um céu azul, com nuvens brancas abrilhantadas pelo sol, sempre envergonhado, do Inverno. Fiquei a contemplá-lo durante muito tempo, tempo esse que me pareceu uma vida. Durante uns instantes, senti-me incapaz de pensar, mas o buzinar de um carro puxou-me para a realidade. 
Quando levantei os olhos para o céu mais uma vez, as cores claras tinham desaparecido sendo substituídas por um azul pálido quase branco e as nuvens tinham ficado mais negras. Tinha chegado a hora do crepúsculo.
Apercebi-me que o tempo passa de uma forma tão rápida, tão trágica. A felicidade é como aquelas nuvens que mudam de aspecto a cada momento, ora resplandecem no céu ora tingem-se de cinzento, sem nunca ficarem num destes estados mais do que um instante. Os momentos felizes, as horas mais radiantes passam velozes, como se fossem um mero capricho, um cliché. Já as horas viciadas, aquelas que nos parecem negras, passam muito devagar, estendem-se pela eternidade. Parece até que querem atingir o nosso futuro mesmo antes de nós lá chegarmos. 
Não é justo. Não. Mas é assim.




1 comentário:

  1. quando estão a dizer qualquer coisa e eu não estou a perceber nada faço aquilo não faço? xD

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