6.1.11

Carta II

Anjo,


já não te escrevo há muito mas como se costuma dizer, mais vale tarde do que nunca. Isto não tem andado fácil, não achas? Confusão... 
Nuns dias acho que tudo vai correr bem, noutros nem tanto. 
Por vezes ponho-me a pensar em todos os passos que dei... que demos.
Não achas que seria tudo mais fácil se eu naquela noite tivesse ficado calada? Tu seguirias com a tua vida, eu com a minha... Nunca saberias... Eu não passava por isto... Tu não passavas por isto... Honestamente, eu não consigo responder à pergunta. É que eu não me sinto minimamente arrependida de ter falado demais naquela noite. Se calhar devia, afinal só consegui arranjar mais problemas... 
Preferias? Preferias que eu me tivesse calado?
Olha, tenho tantas perguntas que te quero fazer... Mas parece que de cada vez que estou contigo elas desatam a correr e desaparecem no vazio. É um pedaço frustrante, admito.
É pena eu não ter certezas de nada. 
Talvez estejamos a viver no "Limbo". Um espaço onde tudo fica em suspenso... Perguntas em suspenso, respostas em suspenso, momentos em suspenso... Basicamente tudo está, como que, a pairar a milhas de nós. Não quero viver assim...
Agora sei o que realmente sentes. Acho que já sabia. Mas mais uma vez não fiz nada, disse nada... Se calhar seria o momento de dizer Basta! Não aguento mais. Não posso estar assim! Mas a única coisa que pensei no momento em que me "iluminaste" foi:


E agora? O que mais posso fazer?

E acho que alcancei a resposta agora mesmo... 



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